Não consegui dormir às 22h ontem, culpa de "Onde nascem os fortes", macrosérie que estreou ontem, na rede Globo como, aliás, só a Globo sabe fazer.
E fez lindo!
A primeira cena, entre a aridez impiedosa do sertão, o tombo por entre rochas, um futuro grande amor e a tensão com que fomos, nós, expectadores jogados na trama já... doeu de cara.
Ninguém ficará morno, ali.
Pegaremos fogo a cada dia entre mistérios e a densa das macambiras e os resistentes pés de Juá, sementes tão torridamente nordestinas.
Uma pena a repetição do elenco como, por exemplo, Marcos Pigossi, que nem bem livou-se de Zeca, a novela antecessora de "O outro lado do paraíso", "A força do querer".
Uma noite no sertão.
E de repente se apresenta a Shakira sertaneja. A movimentação é intensa. As motos, os cavalos, os carros. É o emblema desse mundo que os Fortes retrata. Uma confusão organizada, até o cheiro, sei lá, parece que sentimos.
De repente o confronto entre os personagens de Marco Pigossi e Alexandre Nero. O garoto arretado peita o poderoso das terras, que joga sobre ele seus capangas. Pigossi apanha, mas reage. Apanha mais. A fala de Nero – “Isso é para você aprender quem manda e é mandado.”
De repente, todas as histórias fragmentadas, cruzadas vão se organizar e fazer sentido. Pigossi vai desaparecer e a irmã, Maria, vai iniciar uma busca mítica por ele.
Serão 53 capítulos - e não conseguiremos mais dormir às 22h...