24 de Junho

Outros tempos tão tristes

Um casal de amigos, ontem, me relatou.
Eu chorei.
Pelas crianças que o mundo está gerando.
E pelos filhos, se esvaindo no nada.

O casal colocou os dois filhos num colégio de ricos da cidade.
Não são ricos, mas lutam muito, trabalham tanto, sol a sol.
Aí, os filhos começaram a sentir-se discriminados no colégio.
- Você só usa esse casaco?, perguntaram à menina de 11 anos.
- Você não conhece a Europa?!, questionou uma criança de nove anos ao irmão da menina “dum casaco só”.
- Como assim, você não conhece as mochilas da... (e gritou a marca, caríssima).

Que tipo de gente será uma criança assim?
Desde tão cedo com esses apegos, ocos e desnecessários...
Talvez cresçam adolescentes frugais, uma gente banal, que sequer um livro lê.
Ou, sei lá, na alma terá apenas conceitos tolos, serão adultos bobos, caráter sem glacê.

Ou serão como uns idiotas que comentaram, nas minhas redes sociais, que “coluna social não é lugar de empregada doméstica”, a cerca da minha coluna da Sexta Santa, onde cantei, feliz da vida, os parabéns do filho de uma pessoa que nosso doce lar... ama!

 

Voltar