14 de Junho

Doce deleite

Mossoró - e um tanto de gente por aí assistiram - ontem, a estreia do programa “As Feras”, da 93Fm das terras de Santa Luzia.
 
O programa tem tudo para dar certo, apesar da estreia fria. 
Tem, no seu time, estrelas como Saudade Azevedo, “uma das mulheres mais lindas que já vi”, como cantava Nestor Saboya.
Mulher inteligente, a ex-secretária de saúde da prefeitura de Mossoró pode, quem sabe, desenhar uma carreira política?
Na estreia, suas gaitadas fizeram a diferença.
Do bem, danada, boa e determinada em tudo o que faz.
 
Nelson Filho, o outro participante é, sem favores, a estrela d’As Feras. 
Mesmo travado, arrancou boas risadas.
Aqui e acolá tiradas ótimas, irreverência, pitadas de humor jocoso, caminhos muito peculiares a Nelsinho, patrimônio do riso e das boas vibrações do Rio Grande.
 
Aliás, eu fico me perguntando, como é que a televisão e a rádio de Mossoró ainda não descobriram Nelson filho. 
É um povo que pensa dentro da caixa. 
E caixas sem criatividade, chatas, muitas vezes mofadas e repetitivas daquilo que se vê nos grandes centros como Rio e São Paulo.
 
Mas Rio e São Paulo não têm Nelsinho. Em Mossoró, que muitas vezes desacredita seus artistas graças, também, à ingerência, incompetência políticas, deveria, há muito, olhar para Nelson Filho e o seu maravilhoso humor.
A 93FM olhou, oba!
 
Voltando ao programa… 
Com a celeridade dos novos tempos, o ao vivo precisa ser ainda mais pulsante - e ter ainda mais viço.
Isso faltou.
As entrevistas foram chatas. Apesar de curtinhas, desinteressantes.
Apesar dos personagens, ótimos, foram aguadas.
Faltou tempero.
Mas estreia é assim mesmo.
- O que foi bom permanecerá e o que não for tão bom assim a gente muda... O que a gente quer é levar alegria para vocês. Disse Nelsinho, aos 40 minutos do primeiro tempo.
Outro assunto que me incomoda muito: vícios de linguagem.
Usar conjugação verbal correta, usar plural, singular e ter cuidado com a terminação das palavras sempre será de bom tom.
 
A história dos parabéns é de doze - é podre de choco.
As dicas de filmes e séries desnecessário.
Atender a ouvintes não sei se rola - um povo tão cansado, sei lá.
Dicas de restaurantes … também não gostei. 
E divulgar “um grande São João” de um restaurante em plena pandemia não existe!
 
Quando todos conversam, fazendo uma grande ciranda, com assuntos diversos, fica até divertido. É esse mote que o programa precisa pegar. 
Brincar com a pluralidade da vida, levar mais juventude, alegria.
Levar arte, graça, seriedade também.
Trocaram muito as coisas.
Mss precisam ler mais.
Somos 500 mil mortos e não mais de 400 mil - por exemplo.
 
Muitos vivas, de verdade.
Receita infalível?
Não sei…
Mas fazer do improviso um caminho gostoso até chegar no ouvinte certamente fará a diferença para nós, fãs dessa dupla.
Que, de cara, como muita gente, já gostou do que ouviu.

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