A desgraça de ninguém me faz rir
Não celebro, não aplaudo, não afogo ódios, esses tristes caminhares do que não significam perdão
Vivemos tempos difíceis, todos parecem polarizados, ou se é sim, ou se grita não
Perdemos as boas direções da vida, os trilhos salutares, abrimos chagas, expomos feridas, as verdadeiras amizades; do bolo perdemos a mão
Hoje se vive à caça de likes, de seguidores; amigos, sei lá, não, não, não...
E as pessoas, sem referências, tais ausências de noção, seguem num crescente que apavora, filmes de terror, sem direção
Como deve funcionar, por exemplo, um coração que diz “bem feito”?!
Seja com um vizinho levado pela polícia, seja com Lula – e ou qualquer outro – na prisão
Como deve bater esse tal coração?
Porque a dor de ninguém carece celebração
No máximo um lamento, por sempre um pedido lento, uma oração
Lembrar que temos família, pais, ilhas, que somos seres, que carregamos heranças e gerações
Ajoelhe-se, se um dia riu, da desgraça, da falta de compaixão