26 de Fevereiro

Ê Carnaval...

O Carnaval é a festa mais alegre do ano. Repleto de cor, ritmos e muita alegria, o evento é marcado pela intensidade e o excesso de estímulos sonoros e visuais. O que para alguns é algo normal, para outros pode representar desconforto e irritabilidade. É o caso dos pacientes com Transtorno do Espectro Autista. Para eles, barulho, contato sensorial e até mesmo a mistura de tons podem culminar em crises e trazer, ao invés de alegria, muito estresse.

Pensando em incluir esse grupo tão especial e que merece, assim como os demais, vivenciar da cultura carnavalesca, a clínica Focus Intervenção decidiu criar um carnaval para eles. A festa acontecerá na próxima quarta-feira, dia 27, das 15h às 17h, em frente à sede da clínica, que fica na rua Joaquim Victor de Holanda, 2241, em Lagoa Nova, e reunirá, além das crianças, familiares e amigos. O objetivo é que o evento seja um grande momento de confraternização entre os pacientes e outras crianças típicas.

Para que o evento se torne realidade, crianças e adolescentes com TEA estão trabalhando na criação da festa, desenvolvendo enfeites, instrumentos, máscaras, convites e decoração. A ideia é que, apresentando todo o contexto da festa com antecedência, as crianças possam aceitar os estímulos com maior receptividade. Todas as atividades, porém, respeitam o protocolo de atendimento que a criança está inserida.

“Começamos a trabalhar com o tema já há alguns dias. Assim, aquilo que eles observam na TV e na escola, por exemplo, passa a ser realidade para eles também. Trabalhamos com as texturas, os barulhos dos instrumentos, as cores, ou seja, com tudo que faz parte do universo carnavalesco para que eles se familiarizem com a festa, que vai ser feita por eles e para eles. Isso torna a aceitação muito mais fácil”, explica a neuropsicóloga Katia Nogueira.

É preciso que familiares e comunidade escolar estejam em alerta na inclusão desses pacientes nas festividades ao longo do Carnaval. Muitos, quando chegam aos eventos, choram, colocam a mão no ouvido ou querem ir embora. O que fazer nessa situação? “Ir embora. Respeitar o limite dessa criança é o principal. É preciso ir apresentando esse excesso de cor, som e estímulos aos poucos. Isso porque, muitos, na tentativa de se adequar à situação, podem entrar em crise. Se observou que a criança não é capaz de ir além, então o melhor é sair do lugar. Isso, sem falar do desconforto que alguns sentem com o contato físico e, geralmente, nessas festas, a aglomeração de pessoas é sempre maior”, explica a neuropsicóloga.

Voltar